Neste blog pretendo divulgar e discutir assuntos de meu ineteresse: escalada em rocha e em gelo, montanhismo, ecologia, livros ... além de assuntos com os quais trabalho profisisonalmente: método dos elementos finitos, méto dos elementos discretos, análise numérica e lógica fuzzy. Aqui você também pode encontrar textos e material de minhas aulas, alguma coisa sobre o melhor carro do mundo (Toyota Bandeirante) e citações. Ah!, e sobre música e o instrumento que toco (ou tento tocar): viola caipira.

Ou seja, tudo que eu gosto e faço Na ponta dos dedos.

Por que Projeto Peregrinus: em 2001 eu e mais cinco amigos escrevemos um projeto de patrocínio com esse nome, cujo objetivo era subir as mais altas montanhas de cada país sulamericano. O projeto não saiu do papel, mas a escolha do nome, bastante apropriada, foi feita por mim, após abrir aleatoriamente um dicionário Latim-Português. Essa foi a primeira palavra que li: peregrinus: aquele que viaja para outro país. A coincidência foi tão grande que me marcou muito. Como também pretendo falar de minhas viagens resolvi manter esse nome.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Primeira atividade com o CAF-GO: Pic Pierroux (2377msnm)

Dia 22 de setembro.

Cheguei atrasado no ponto de encontro. O guia, seguramente com mais de 60 anos, agiu como qualquer guia de clube: me ligou, perguntando onde estava, sem se preocupar em esconder uma leve impaciência.

Éramos 7 pessoas: eu, o guia, um rapaz de vinte e poucos, uma moça de trinta e poucos e duas mulheres e um homem, todos com mais de cinquenta.

Fomos para Dévoloy, 2h de carro ao sul de Grenoble. Nem imagina ter lugares ainda mais bonitos ao sul, achava que indo para o norte, em direção ao grandes Alpes, tudo seria mais bonito.

Me enganei.

Começamos a trilha ao lado de uma igreja do século XI. Ao lado, um cemitério com uma lápide que nos chamou a atenção.

"René Desmaison
14 Avril 1930
28 Septembre 2007
Alpiniste - Cineaste - Écrivain"

Se você quer saber mais sobre ele: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Desmaison

A caminhada é linda. São 1500m de desnível. Começamos pela floresta, passamos por campos de altitude até o cume. Bem, mas não foi fácil. Na verdade assim que vi o grupo pronto pra caminhada já me preocupei: todos estavam com botas alpinas, e eu com uma Quechua de 200,00 reais.

Imaginem uns dois maciços das Agulhas Negras.


O cume é o que está mais à esquerda no vídeo e na foto.

O pessoal do clube é muito forte. Sim, tomei uma coça deles. O guia simplesmente apontou o nariz no cume, assim que foi possível, e tocou pra cima. Nada de seguir os sinais de trilha, pelas curvas de nível. E pior, as duas mulheres mais velhas do grupo iam ainda mais à frente. Depois fiquei sabendo que elas participam de corridas de orientação. Sem qualquer gordura aparente, com rostos marcados pelo tempo e mochilas cargueiras, me deixaram pra trás sem dó.

Eles até pararam 3 vezes ao longo da subida. Tenho certeza que pra me esperar. Assim que eu chegava, o guia falava "pronto, valos lá". Desa forma mal tive tempo pra descansar ao longo de toda a subida.

E eu precisava muito.

Foi extremamente devagar nos últimos 500m da trilha, pé ante pé. Poucos antes da terceira parada eu já pensava em mandar o guia à m@#$a se ele não me desse um tempo pra descansar. Mas acabei falando algo como "estou preocupado porque estou muito cansado e acho que estou atrapalhando". Na verdade, estava pensando em parar por ali e esperá-los voltar do cume. Confesso que foi muito sofrido e até me questionei porque estava aqui na França, se era pra aquilo que estava longe de meus filhos.

O cume no alto, à direita. Tem três pontinhos pretos na foto, são do meu grupo, as duas corredoras e mais alguém. Eles estão na foto mais ou menos a meia altura, acima da palavra "pontinhos".


Mas nessa terceira parada, sem tempo pra descansar de novo,o guia me disse que faltavam 150m de desnível. Então continuei.

Depois de 3h do início cheguei ao cume. Como é lá? Como qualquer outro cume: sem graça. Além disso, as ovelhas, não sei porque, o escolheram como "banheiro", era impossível até sentar-se. O guia disse que era um "cume perfumado". Bem, acho que vocês entenderam. Um pouco mais sobre esse cume: http://www.altituderando.com/Pic-Pierroux-2377m-Devoluy

Descemos um pouco pra comer alguma coisa. Eu estava tão cansado que tive que me forçar a comer.

Logo abaixo do cume. Frio? Não, imagina!

Na descida foi a mesma coisa: o guia apontou o nariz pra baixo e desceu. Nada de curva de nível. Mesmo com os bastões desci devagar pra proteger o joelho. Fizemos um outro caminho, muito bonito, passando à esquerda dessa pequena pirâmide e descendo o vale. Seguem algumas fotos.





Sobre o joelho: realmente não está fácil. A joelheira té protege, mas depois de algumas horas o atrito machuca a pele. Tenho que ver como resolver isso. Os últimos 2km da trilha, já na descida, foram sem a joelheira, mas foi tenso por causa da iminência de uma outra torção.


Resumindo: caminhada linda, estou fora de forma, o joelho atrapalha.

Vamos ver a próxima.

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