Neste blog pretendo divulgar e discutir assuntos de meu ineteresse: escalada em rocha e em gelo, montanhismo, ecologia, livros ... além de assuntos com os quais trabalho profisisonalmente: método dos elementos finitos, méto dos elementos discretos, análise numérica e lógica fuzzy. Aqui você também pode encontrar textos e material de minhas aulas, alguma coisa sobre o melhor carro do mundo (Toyota Bandeirante) e citações. Ah!, e sobre música e o instrumento que toco (ou tento tocar): viola caipira.

Ou seja, tudo que eu gosto e faço Na ponta dos dedos.

Por que Projeto Peregrinus: em 2001 eu e mais cinco amigos escrevemos um projeto de patrocínio com esse nome, cujo objetivo era subir as mais altas montanhas de cada país sulamericano. O projeto não saiu do papel, mas a escolha do nome, bastante apropriada, foi feita por mim, após abrir aleatoriamente um dicionário Latim-Português. Essa foi a primeira palavra que li: peregrinus: aquele que viaja para outro país. A coincidência foi tão grande que me marcou muito. Como também pretendo falar de minhas viagens resolvi manter esse nome.

sábado, 11 de outubro de 2014

Chove chuva

Sábado, 11 de outubro.

Chove desde ontem.

Tive uma noite ruim devido aos mosquitos e pernilongos (um dia ainda escreverei sobre eles) e mesmo assim acordei cedo com uma saudade doída dos três filhos. Ainda bem que o Francisco vem em dezembro.

Ainda bem que tenho aqui um casal de amigos super especial, além de parentes e amigos que me ligam ou mandam mensagens com frequência.

Pena que nem todos fazem isso. Não, não é ligar com frequência. É simplesmente ligar. Ou mandar mensagem. Essa ausência é uma maneira de dizer "ei, não sinto sua falta, não quero mais". E uma forma bastante eficiente de me fazer aprender a viver sem precisar da pessoa e, reciprocamente, sem sentir sua falta.

Mas há um lado bom na chuva: lá no alto das montanhas deve estar nevando. Em breve, ski e snowboard.


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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Notas soltas

 Carteirinha do CAFGO


Encarando um kebab com fritas, refrigerante e pimentas, depois da caminhada do fim de semana

 Uma árvore de Natal


 Minha mesa de trabalho: dois objetivos ao mesmo tempo


Muitos franceses não gostam mesmo de banho. Ou de desodorante. Ou dos dois.

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Montanha: Charmont Som

No fim de semana dos dias 4 e 5 de outubro participei de uma atividade organizada pelos diversos clubes alpinos da região, chamada de região 38. Foi um treinamento para caminhadas alpinas no Parque Reginal de Chartreuse.

Na verdade não aprendi nada de novo, mas foi bem legal ver os caras atuando e passando algumas dicas.

No sábado fomos a Saint Pierre de Chartreuse, por coincidência o mesmo lugar onde fiz snowboard dez anos atrás. A cidadezinha é linda.

O que é mais bonito, a igreja ou a montanha?

No sábado assistimos uma apresentação sobre meio ambiente nas montanhas, abordando a flora e a fauna da região. Depois, na praça da cidade em frente a igreja, havia mesas temáticas: arrumação de mochila, primeiros socorros, slackline (tentei mas não consegui), marcha nórdica (com bastões).

Por volta do meio dia subimos uma montanha até uma falésia. Ali recebemos instruções e praticamos rapel, uso de piolet e uma pequena travessia vertical. Como disse, nada de novo pra mim, mas gostei de ver os guias atuando. Todos els, menos um, com cerca de 60 anos e muita experiência.

Uma coisa ficou clara pra mim: eles efetuam os procedimentos de segurança mas sem muita frescura. Exemplos: "em caminhada alpina você precisa de um capacete, porque as pedras caem, um boudrier e 3 mosquetões. Se você for o guia, uma corda. Nada mais" e "Se seu parceiro escorregar, não se preocupe, basta segurar a corda, nem precisa de força, e ele para de escorregar".

Aí eles usam UIAA pra dar segurança quando a passagem é mais perigosa. Não usam solteira, eles usam a própria corda para fixação.

Na volta assistimos uma palestra da diretora do parque, seguido de um coquetel. Por volta das 21h tivemos um jantar (salada verde, uma linguiça com batatas, torta de maça, vinho). Dividi uma barraca com o pessoal do clube. A lua estava linda.

No dia seguinte nos separamos por grupos e participei de uma caminhada ao Charmont Som pela face norte, uma bela montanha do parque.
Em primeiro plano, tirando a moça à esquerda, são alguns dos guias do CAFGO. Dá pra perceber pelos cabelos brancos a experiência acumulada

O grupo e a face norte da montanha

A ideia era pegarmos o costão acima, mas havia uns caçadores pela trilha de acesso, então fizemos um desvio e pegamos o costão a meia altura.




Só se encordou quem quis, mas achei meio exposto. Eles realmente não tem muito frescura com isso, acho que devido a experiência.

Já no cume, como sempre, tive que ficar em um canto porque me emocionei um pouco. Cheguei ao agui e o agradeci. Ele ficou surpreso e até um pouco sem graça e me agradeceu também. Eles não estão muito acostumados com isso.

Dessa vez o grupo era mais heterogêneo, então só me cansei nos metros finais. Impressionante que não ficamos nem 10min no cume por causa do riso de chuva. Nem fotos esses caras tiram.

Fotos no cume. Ao fundo, La Pinea (http://www.isere-rando.com/topos/pinea-en-boucle-par-montfromage#.VDUVpPmSxAI)

Lá no cume tirei a joelheira pois não aguentava mais: dessa vez foi o lado esquerdo do joelho ficou machucado por causa do atrito. Tenho que aprender ainda como regulá-lo.

Gostei muito da atividade. E comecei a conhecer as pessoas do clube.


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Vinho da semana: Mandrim aux Noix (cerveja)

Esta é uma cerveja artesanal feita aqui mesmo em Grenoble. A cor é linda, sabor maltado. Tem um toque de nozes. Uma delícia.

Realmente não dá pra gostar de skol, antarticas e afins.

É um pouco cara, mas vou comprá-la de novo ou experimentar os outros sabores da marca.


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Meu aniversário na França, Parte 2

Segunda, 6 de outubro.

Chamei um grupo de brasileiros e franceses, que conheci dançando forró no Parc Mistral, para irmos no Loco Mosquito, um bar latino, onde na segunda é noite do Brasil.

É bom se oxigenar com a nossa cultura.

Comprei uns biscoitos e pastinhas, duas tortas de framboesa e fomos pra lá. No som, forro, axé e samba, com uma brasileira do RS, Ingrid, dando uma aula introdutória dessas danças. As cervejas lá são boas. Os franceses que dançam forró adoram o Brasil, ou porque moraram lá, ou porque tem namorada brasileira ou porque gostam da cultura apenas. Dançam forró, fazem capoeira, ouvem nossas músicas. Muito legal isso.

Os brasileiros são legais também. Wesley e Dedinho são baianos professores de dança e capoeira. Gente que está aqui buscando uma vida melhor e ralando pra caramba. Tem a Lívia e o Leo, casados e ambos arquitetos, o Victor, engenheiro que veio estudar e já está a 7 anos e o Altair, que acabou de chegar e também ficará um ano.


 Victor, Wesley, eu, Odile (do CAFGO), Amandine, Altair e Dedinho, no Loco Mosquito

Por volta da meia noite todos já tinho ido, então fiquei conversando com o argentino Javier, dono do bar. Ele é muito gente boa, e depois com Ingrid, que deu as aulas de dança.

Voltei pra casa de bicicleta, me perdi pelo caminho mas cheguei bem.

Resultado: foi bom, apesar de tudo. 


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Mau aniversário na França, Parte 1

Quinta, 2 de outubro de 2014.

Resolvi não ir ao trabalho. Acordei mais tarde, cozinhei.

À noite fui ao CAFGO. Pra comemorar, tomei não uma, mas duas cervejas, ambas bem fortes. Nenhuma delas tinha provado antes e gostei das duas. Aproveitei pra me inscrever numa caminhada no fim de semana.

Quando saí de lá resolvi jantar em um restaurante qualquer no centro da cidade. Pra variar um pouco do restaurante da universidade.

(Aqui, abro um parênteses: como sabemos que ultrapassamos nosso limite de tolerância ao álcool.

Primeiro, resolvi passar por uma rua diferente para chegar ao centro. Logicamente, me perdi. Apelei ao Google Maps pra achar o centro, um percurso que já fiz várias vezes. E no caminho, elogiei em voz alta, e em português, as coxas branquelas e roliças de uma francesa que, mesmo à noite, estava de shorts. )

Queria ter ido a um restaurante de comida da região, mas a pessoa que me atendeu disse que o movimento estava fraco e então eles já tinham fechado a cozinha. Fui então em qualquer um. Era um restaurante especializado em carnes.

Bem, posso dizer que os franceses não entendem nada de carne.

Pedi uma degustação de patês da casa, muito bons, uma Bavette, um prato comum em bistrôs que nada mais é do que um file com molho de vinho e cebola, acompanhado de salada verde e fritas. De sobremesa, crème caramel, ou seja, um pudim, que nem chegou perto do que é feito por minha mãe.

Mas foi legal, tomei vinho e voltei ainda mais feliz pra casa.

Ao longo do dia recebi parabéns, via Skype e Facebook. Meus filhos mais novos cantaram parabéns pra mim! Uma amiga de anos perguntou como eu estava, se me sentia sozinho. Disse que estava sozinho, mas não só. Infelizmente isso mudou logo no dia seguinte.

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