Neste blog pretendo divulgar e discutir assuntos de meu ineteresse: escalada em rocha e em gelo, montanhismo, ecologia, livros ... além de assuntos com os quais trabalho profisisonalmente: método dos elementos finitos, méto dos elementos discretos, análise numérica e lógica fuzzy. Aqui você também pode encontrar textos e material de minhas aulas, alguma coisa sobre o melhor carro do mundo (Toyota Bandeirante) e citações. Ah!, e sobre música e o instrumento que toco (ou tento tocar): viola caipira.

Ou seja, tudo que eu gosto e faço Na ponta dos dedos.

Por que Projeto Peregrinus: em 2001 eu e mais cinco amigos escrevemos um projeto de patrocínio com esse nome, cujo objetivo era subir as mais altas montanhas de cada país sulamericano. O projeto não saiu do papel, mas a escolha do nome, bastante apropriada, foi feita por mim, após abrir aleatoriamente um dicionário Latim-Português. Essa foi a primeira palavra que li: peregrinus: aquele que viaja para outro país. A coincidência foi tão grande que me marcou muito. Como também pretendo falar de minhas viagens resolvi manter esse nome.

sábado, 30 de agosto de 2014

Vinho da semana (o segundo desta semana)

Achei que não fui honesto com meus três leitores com a cerveja do post dessa semana e então resolvi experimentar um vinho rosé.

Les Ormes de Cambras, uvas cinsault e syrah, produzido no Pays d'Oc



Como todo vinho rosé este é meio neutro, nada marcante. Pra mim, acompanha qualquer coisa, pois não atrapalha. Uma vantagem, com certeza, mas também essa falta de personalidade é sua fraqueza.

Só que este também não tem cheiro nem muito sabor. Nem dá pra sentir o álcool, parece um suco.

Não, acho que estou sendo muito exigente. Eu me diverti com ele, jantando (dia 28 de agosto) um sanduíche no terraço.

Ok, não compromete. E por menos de três euros, dá pra repetir.

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Primeiro passeio de bicicleta

Ainda não comprei a minha, mas hoje, sábado, 30 de agosto, peguei a bicicleta da Marie, que tão gentilmente me ofereceu, e fui até Gières, uma pequena cidade que faz parte do aglomerado de Grenoble. è que Grenoble é uma cidade, mas também refere-se a um conjunto de pequenas cidades, uma colada na outra.

De lá subi o maciço de Belledonne até Venon. Cansei pra caramba, tive que parar umas três vezes. Estou mesmo fora de forma, o que é uma pena, eu aproveitaria muito mais se não tivesse torcido o joelho.

Além disso, estava sem água.

Já pensando em voltar parei em frente a uma placa com uma mapa esquemático de Venon. Enquanto estava via o mapa passou por mim, subindo, uma francesa numa bicicleta de corrida, tranquilamente. E falando no celular!

É, estou mesmo fora de forma.

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Quando estava descendo ouvi buzinas.


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Agora tenho casa

Vejam só, agora tenho uma casa. Aluguei um estúdio, o mesmo que quitinete. Olha a prova aí. Meu nome é o de baixo.


No caminho para minha casa, já dentro da casa do Jacques e da Marie, tem hortelã (no primeiro plano) alecrim (no segundo) e algo parecido com uma graxeira (ao fundo).

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Verão em Grenoble

É verão em Grenoble. Estão dizendo que este é um verão atípico, muito úmido e menos quente.

Peguei um dois dias bem frios aqui. Numa terça choveu e fez frio, quarta de manhã amanheceu nublado mas as 18h já estava quente, para os padrões daqui, o suficiente para isso:


Sim, são crianças brincando em um chafariz, felizes e molhadas.

Eu aproveitei e fui ao Parc Paul Mistral fazer a viola, e todos que passavam por perto, chorar.


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Pois é, é verão em Grenoble

 Na universidade

 Ao fundo, Chamchauude, meu primeiro cume aqui.

 Perto de casa

Lavandas

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Aqui tem pernilongo. Muitos. Eles são menores, mais claros e parecem mais bobos que os do Brasil. Mas fazer o mesmo barulho de madrugada. Depois de algumas noites caçando pernilongo de noite, comprei uma lata de inseticida.

A única coisa que ele faz é molhar os bichinhos. Em voo eles dão uma caída, meio metro mais ou menos, deve ser comparável a um mergulho, e depois continuam como antes quando as asas secam.

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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Jantar de quarta: carne com molho de mostarda e mel, acompanhado de salada verde e ratattouille

Quarta, 27 de agosto.

Peguei um bife de carne de porco, tipo uma bisteca, daquelas que tem um pouco de osso no canto, e coloquei dentro de um saco plástico, daqueles que tem um fecho, com sal e ervas de Provence. Aproveitei que já estava bebendo a cerveja Effe e coloquei um pouco também.

Depois de um tempo coloquei o bife na frigideira anti-aderente, sem óleo. Depois de pronto retirei e nessa mesma frigideira coloquei o caldo que estava no saco plástico. Esperei reduzir um pouco e coloquei duas colheres de mostarda de Dijon e uma de mel. Este foi o molho.


O que eu chamo de ratatouille é, na verdade, uma versão minha. Cortei uma beringela, dois tomates, meia cebola, meio pimentão verde e meio pimentão vermelho em rodelas. Em um pirex intercalo cada um deles, todos em pé. Coloquei também alguns dentes de alho. Rego com azeite o ponho no forno. Aqui, foi no microondas. É difícil dizer quanto tempo, pois ainda não conheço bem o forno daqui, mas deve ter ficado uns 15min na potência média-alta.

E aí está:


Este jantar foi no terraço, quase às 11 da noite.

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Vinho da semana

O vinho da semana é... uma cerveja.

Afinal, nem só de vinho vive o homem.

Leffe, uma cerveja belga clara, 6,6% de álcool.



Levemente doce, lembrando um pouco as cervejas pretas, e ao mesmo tempo com um toque amargo das cervejas de trigo.

Gostei, vou repetir.

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Como um almoço me salvou

Sábado, dia 23, foi o pior dia até hoje.

Estava mesmo muito triste.

Fiz três "viagens" carregando minhas coisas de onde estava para o estúdio que aluguei. São dez minutos a pé. Toda vez que voltava ficava um tempo na internet, enrolando. Como disse antes, a mudança caracterizaria minha fixação aqui, acho que por isso que enrolava.

No final do dia o proprietário, que mora ao lado, me chamou para almoçar no dia seguinte, quando convidariam uns vizinhos.

Por volta das 13h30 a filha dele bateu em minha porta e lá fui.

Foi o que me salvou.

O almoço, o vinho, o acolhimento mas, sobretudo o ambiente familiar, me deixaram bem.

O filho do vizinho, de 12 anos, quis aprender algumas palavras de português. Ele é curioso e esperto, me lembra o Francisco, até nos óculos.

Depois do almoço andamos pelas redondezas, todos juntos, conversando.

Depois disso ainda ajudei o Jacques, o proprietário, a desentupir uma calha.

Neste dia fui salvo por este almoço.

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Só pra entenderem:

Aluguei uma quitinete, que aqui chamam de estúdio, que fica no quintal de uma casa, onde moram Jacques, sua esposa Marie e a filha Lola. Esse estúdio fica no primeiro andar, no térreo tem um outro que está sendo usado pela família. O Jacques é diretor de uma empresa aqui, não sei se precisa tanto da grana do aluguel. E ele é bem simpático. Na verdade, até o momento todos têm sido, até os vizinhos.

Sobre a quitinete: 17m quadrados, o banheiro não tem pia!!! Só tem a pia da "cozinha". Valeu, franceses, por esta ideia fantástica :)
Mas tem um terraço de 8m quadrados. Sempre que possível aproveito este espaço.

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Como a música me salvou

Sexta, 22 de agosto de 2014.

Estava bastante triste. Respiração pesada e desânimo. No dia seguinte faria minha mudança para um estúdio alugado. De alguma forma, isso representava minha real fixação aqui na França. Acho que por isso estava assim.

Mas era o segundo dia de comemorações do 70o aniversário de libertação de Grenoble na segunda guerra. No dia anterior já tinha assistido um documentário, a céu aberto, sobre isso.



Na verdade, muitas ruas e praças têm nome de pessoas que lutaram na resistência.


Na sexta fui a um baile comemorativo no Jardin de Ville, animado por uma big band que tocava músicas dos anos 40.

Fiquei sentado em um banco do jardim, ao lado de uns senhores que, imagino, tenham algumas lembranças da segunda guerra. Fiquei ali, apenas ouvindo a música.

Foi o que me salvou. Saí de lá leve.

Música boa, bem executada. Não importa de quando é, sempre me faz bem.

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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Jantar: Malgret de canard à la sauce et les champignons

Já disse aqui que no dia do almoço na casa do Frederic comemos malgret de canard com um molho de mel, laranja e vinagre balsâmico.

Pois bem, na terça, dia 20 de agosto, resolvi repetir a receita, mas com modificações.

Temperei um peito de pato com sal e deixei alguns minutos de cada lado (começando com a pele para baixo) na frigideira antiaderente. Virei de lado no momento que percebi que, olhando pela lateral, ele estava escuro até um pouco mais da metade de sua espessura.
Depois de pronto, tirei o peito e reservei. Deglaceei a frigideira com um pouco de vinho branco e juntei cogumelos de Paris picados.Assim que os cogumelos amoleceram retirei do fogo.

O molho eu fiz com uma colher de mel, uma laranja e vinagre balsâmico. Raspei um pouco da casca da laranja (sem ralador, usei a ponta de uma faca fina, tomando o cuidado de não atingir a parte branca). Arroz com cenoura para acompanhar.


Meu molho não ficou tão bom quanto o que provei na casa do Frederic, mas o prato como um todo ficou muito bom.

Acompanhei com o vinho Entre-deuz-mers, citado no outro post, e tambem co mo kir que ue fiz.

Fui dormir feliz.


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Vinho da semana: Entre-deus-mers

Entre-deus-mers é um vinho branco, bastante leve, fresco, eu diria até um pouco fraco, mas tem os normais 11,5%. è produzido em Bordeaux. Uvas principais: Sémillon e Sauvignon.

Custou pouco mais de 4 euros. É um vinho do Club des Sommeliers. Vale a pena.




Mas valeu mais a pena porque, com ele, fiz Kir,a bebida nacional francesa.



Receita original: vinho branco com um pouco de licor de cassis.

Minha receita: vinho branco com um pouco de concentrado de cassis. Ficou bom.



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Primeiro dia de trabalho

Segunda, 18 de agosto.

Finalmente comecei a trabalhar. Bem, pelo menos estou no 3SR (Solle, Solide, Structure - Risque), o laboratório onde vou trabalhar.

Há poucas pessoas aqui no momento e, apesar do que o Fraderic havia dito, a secretária tirou férias nesta semana. Isso é bem coerente com o que o Edu e a Scheila haviam me dito: eles não exitam em tirar férias, mesmo que o lugar fique sem funcionários. Não há uma preocupação em fazer, por exemplo, um revesamento para manter as coisas funcionando. Na verdade, tudo para durante as férias de verão.

Mesmo assim me deram uma mesa em uma sala já ocupada por uma colombiana, Viviana, e um grego, Papachristos.

Há um pos-doc, Jerôme, que me explicou sobre o YADE em linhas gerais. Este é o programa que vou usar.

O campus, que eles chamam de Domaine Universitaire,é espaçoso e arborizado, com ciclovia para todo lado. Mas tudo está ainda fechado. Afinal, é veral na França.


Esta é a vista de minha janela. Ao fundo a montanha que subi no sábado, dia 16, meu primeiro cume na região, chamada de Chamechaude.


ps.: na quarta, dia 20, amanheceu chovendo pra caramba. No final da tarde, por volta das 18h, estava "quente", ou seja, uns 25 graus. Tão quente que a criançada aproveitou:






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domingo, 17 de agosto de 2014

Nem tudo são flores

Um grande problema da cidade é o furto de bicicleta. Quando não a levam inteira, levam as peças. Está aí uma foto que comprova isso. A da esquerda está com a roda traseira empenada, a da direita foi depenada.


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Aqui em Grenoble tem mosquito. Tipo pernilongo. Afinal, é verão.

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Por sinal, este é um verão atípico, é o que eles estão dizendo. Por 21 dias choveu todos os dias. Duas noites atyrás fez 6oC à noite. De dia faz 25 ou 26.

Estou adorando.

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Dizem que no verão aqui passa dos 30, e às vezes chega a 40. O pior é que eles não estão preparados para esse calor todo, já que não há ar-condicionado nos lugares. Espero que o próximo verão seja como este.

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Grenoble é, na verdade, um aglomerado de pequenas cidades. Há várias, nem sei quantas. Em algums momento elas foram se juntando e hoje nem percebemos a diferença. NO momento moro em Grenoble e a universidade fica em Saint Martin d'Heres. Chego lá em 15min de caminhada pelas ruas.

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Meu primeiro cume nos Apes e algumas lições aprendidas

Sábado, 16 de agosto, fui convidado pelo Frederic, meu supervisor de pos-doc, a almoçar em sua casa com sua esposa e seus três filhos. Ele mora em Le Sappey-en-Chartreuse, uma pequena vila em Chartreuse, uma das cadeias de montanha ao redor de Grenoble. Ele fez malgret de cannard na brasa e sau esposa fez um molho, que vou tentar repetir, com laranja, mel e vinagre balsâmico. Acompanhado de batata salté, salada verde e salada de beterraba. Como eles fizeram questão de dizer, as batatas eram cultivadas no jardim. Estava muito bom. Eles gostam de carne mais mal passa que nós, brasileiros, pois a minha estava no ponto mas o Frederic disse que não, que tinha cozinhado de mais e provavelmente estava seca. Não estava.

A casa é uma típica casa de montanha: toda de madeira, tem um hall de entrada onde ficam guardados os sapatos. Uma porta lateral leva ao depósito, contei cerca de uma dúzia de esquis, de diversas modalidades (alpino, nórdico, de fond etc), botas de esqui e de caminhada, capacetes, bastões, cordas, roupa de neoprene (para canyoning)... parecia uma pequena mas desorganizada loja de material esportivo.

Depois do almoço e do vinho ele me perguntou: "e agora, o que você quer fazer, quer tirar uma sesta ou ir pra montanha?"

Eu quase ri.

Coloquei minha joelheira e com minha mochila de laptop com água e agasalho pegamos a trilha para o Chamechaude às 15h. Ela começa por dentro de uma bela floresta e, em seguida, numa parte mais descampada. Ventava muito. Como não faço atividade física há três meses, desde a torção do joelho, fiquei bastante cansado, naquele ponto de sentir uma leve vertigem de vez em quando. Comentei que ele estava me plena forma, aí ele bateu na barriga e disse "não, boa comida e muito vinho". Mas dava pra perceber que ele estava segurando o ritmo. Esses caras moram num lugar onde podem subir uma montanha maravilhosa depois do almoço, só por diversão. E eles fazem isso, pois cruzamos com vários moradores da vila ao longo da caminhada. Pra imaginar como é o lugar pensem em Salinas, mas da vila até o cume sao 1000m e as paredes de rocha não são tão grandes.


Cheguei a pensar em aceitar a proposta dele, de tomarmos uma bifurcação a outra trilha, mais leve. O joelho, o tempo todo, reclamava. Nada disso, pensei. Afinal, sou brasileiro e não desisto nunca. Na verdade, até hoje nunca me arrependo de ter seguido para um cume, mas me questionei todas as vezes que desisti.

Chegamos na base da falésia de calcário, linda. A subida é um terceirinho fácil com cabo de aço, tanto que só usamos capacete por causa da possível queda de rochas. Mesmo assim forcei mas o joelho, que reclamou mais ainda.

Depois da escaladinha tivemos mais 150m de desnível até o cume.


Meu primeiro cume nos Alpes. Lá em cima pensei "se for embora amanhã vou satisfeito".  Alguns minutos depois, no início da descida, mudei de ideia: "tá maluco? Você tem ainda muito tempo aqui e muita montanha pra subir".

Se o joelho deixar...

Lá em cima ele me mostrou a vertente na qual, no inverno, eles descem de esqui. São malucos, pois é muito inclinado. Eles fazem isso como a gente vai pra paia no Rio.

Na descida uma ovelha me seguiu por um tempo, gritando (ovelha grita?) béééé. Foi engraçado.

Torci o pé direito, nada grave, senti dor na coxa direita e um princípio de câimbra na panturrilha esquerda, acho que causada pela joelheira, já que ela aperta os músculos ao redor do joelho. Usei uns bastões que ele me emprestou.

Chegamos pontualmente as 19h30 na casa dele. Meus músculos das pernas estava tensos, mas a alma bem leve.

Ainda fizemos um lanche e depois ele me levou pra Grenoble.

Hoje, domingo, tirei o dia pra descansar. Preciso ir com calma, apenas da ansiedade em fazer tudo o mais rápido possível. Percebi que, além de estar fora de forma, o joelho não está colaborando. Posso entrar em forma relativamente rápido, mas o joelho me preocupa. A joelheira dá muita segurança, mas ela mesma incomoda bastante, ao ponto de esfolar a pele. Tenho que resolver isso.


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sábado, 16 de agosto de 2014

Primeira atividade na montanha

Quinta, 15 de agosto. è feriado aqui, e nem sei porque.

Era quase meio dia quando o Edu Hering me ligou dizendo que eles tinham desistido de acampar por causa do tempo, e me convidou a ir a um muro de escalada.

Beleza, vou estrear a sapatilha nova, pensei.

O muro estava fechado.

Fomos a casa deles, debai de uma chuva fina. Conversamos, eles me mostraram vários materiais de montanha que compraram aqui e depois almoçamos em um restaurante turco.

Lá pelas 4 da tarde eles deram a ideia de fazermos uma caminhada no Vercors. Pegamos o tram e em poucos minutos estávamos no início da trila.


A trilha e bem marcada e sinalizada. Não subimos muito mas foi muito agradável. Dá pra levar as crianças e fazer picnic no caminho.

No início da trilha há um campo-escola de escalada muito bom, pretendo voltar la em breve.




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É bom ter amigos espalhados pelo mundo.


Um ex-aluno do IME, Thiago Bittencourt, tem me passado várias dicas de Grenoble pelo Facebook. Mas na quarta, dia 14, ele me fez uma gentileza ainda maior: passou a manha comigo, passando novas dicas. Conversamos também sobre o IME, o Exército e sobre seu trabalho aqui. Demos uma volta no centro, quando ele me mostrou alguns lugares úteis.

Valeu, Thiago

À noite recebi a visita de meu querido amigo Eduardo Hering e de sua esposa Scheila. Conversamos ate tarde. Também gostam das montanhas, então vamos tentar nos divertir juntos. Conversamos sobre montanhas, claro, sobre os franceses, sobe trabalho... o tempo passou rápido, como deve ser entre amigos.

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Sobre o dia que chorei ao folhear um livro.

Quem em conhece acho que sabe que sou chorão. Nunca me envergonhei disso, desde o dia que tomei conhecimento dessa característica.

Na quinta, dia 14 de agosto, fui na Au vie campeur, uma loja especializada em material de esportes de montanha. Na verdade são dua lojas: uma de guias, mapas e livros e outra, maior, de material.

Fiquei deslumbrado na de livros e guias, mas arrepiado quando entrei na outra. Nem sabia para onde olhar. Comprei corda e sapatilhas novas,mas ainda acho que vou comprar outra sapatilha, mais técnica. O preço: R$600,00 por tudo. O preço de uma corda no Brasil.


Já tinha saído de lá quando o Eduardo Hering me ligou pedindo para eu retornar e comprar um livro com croquis de escalada da região. Ao lado desse livro estava outro, Mont Blac - classique & plaisir. Abri o livro e passei os olhos pelo índice. Estavam la várias vias clássicas, muitas das quais com sua conquista descritas em livros de montanha que já li. Acho que foi nesse momento que realmente percebi onde estava, pois essas vias e montanhas estavam bem ali ao meu lado. Acho que só um montanhista pode entender isso.

Me emocionei.

O pior: quando saí do centro comercial por outra saída passei por um parquinho cheio de crianças brincando. Aí sento saudades das minhas. Fiquei louco de vontade de dividir esses sentimentos com alguém. Liguei para o EduRC pra falar do livro e do lugar, mas não consegui. Liguei pra Katia pra falar dos filhos. Claro, chorei.

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Vinho da semana: Adega de Borba

Meu primeiro vinho a ser comentado é o Adega de Borba, português, que tomei ainda em Lisboa.

Branco, produzido no Alentejo com uvas portuguesas Antão Vaz, Roupeiro e Arinto, branco.

Frutado e com bela cor. Acho que cairia bem se fosse frisante.



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Gringo tamém gosta de levar vantagem

Em nosso país as pessoas adoram falar mal de nossa sociedade.São os idiotas que dizem coisas como "só acontece no Brasil" ou "isso é Brasil-sil-sil".

A fila para o checkin da TAP em Lisboa estava imensa. Um casal, sutilmente, furou a fila na minha frente. Falavam inglês, só não sei de onde eram.

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Avenida Liberdade, em Lisboa: pedintes e lixo.

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Turistas em Portugal: franceses. Franceses por todos os lados. E os italianos continuam espalhafatosos, pra não dizer mal educados. No aeroporto de Lisboa ouvia-se do longe a discussão entre duas italianas que, aparentemente, eram amigas. Parecia um filme, mas ao vivo.

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A máquina de emissão de bilhetes do bonde em Lisboa não funcionou. Comeu 3,85 euros meus. A outra que tinha, única opção, já estava com um aviso informando um defeito. Falei com um funcionário e ele conseguiu, depois de muito bater na máquina, recuperar 1,85, mas nada de bilhete. "Se o fiscal aparecer diga a ele para vir falar comigo". Esse é o jeitinho português.

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Voo Lisboa-Lyon em um EMB145. Orgulho de nossa indústria aeronáutica.

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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Gente que vem de Lisboa, gente que vem pelo mar

Uma amiga de minha esposa disse que ir a Portugal é como ir à casa da avó: tudo é muito diferente, mas tudo é muito familiar.






Pois é assim mesmo. Se juntarmos umas 3 Santa Tereza com os prédios antigos do centro do Rio, teremos uma ideia do que é Lisboa. Ah, claro, a língua é quase a mesma.

Gostei da cidade. Bom transporte público, gente simpática. Mas Sintra... Sintra é excepcional. Gostaria de passar um 3 ou 4 dias lá. Seria muito legal.

Aqui, algumas impressões ao longo dos dois dias em Portugal:

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Em frente ao Castelo de São Jorge entrei em uma lanchonete. Pedi um pão com chouriço (linguiça), uma cerveja. No final pedi uma Ginjinha, perguntando "ela é boa".

A senhora portuguesa que me servia disse, bem séria: "Pois ela nunca falou mal de ninguém"

Pois não sei se, aqui, o "português" era eu ou ela.

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Depois da visita ao castelo voltei lá e pedi uma sopa e uma taça de vinho. O sono de duas noites sem dormir, o cansaço e o vinho fizeram com que, andando de volta ao centro, eu imaginasse o seguinte diálogo em um restaurante:

"Senhor, como estão as sardinhas?"

"Bem mortas, ó pá"

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Fui de trem para Sintra. No caminho passamos pela periferia de Lisboa. Completamente diferente da nossa. Casa e apartamentos simples, mesmo aqueles ao lado da ferrovia, mas todos arrumados, pintados. Um outro ou mais acabado. Vi praças e parques. Ponto para Portugal.

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Temos que reconhecer: os Portugueses são um povo determinado. No século 16 mapearam meio mundo. Influenciaram a cultura de vários países e espalharam a língua.

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Turistas em Lisboa: franceses, franceses por toda parte.

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Os pastéis de Belém são realmente deliciosos.

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Em Sintra comi queijadinhas na Casa da Sapa. Bem diferente das nossas e muito melhores. Antes de pagar,perguntei a atendente: se eu fosse pagar seria quanto?

Séria, ela disse: "Pois é claro que vais pagar, aqui nada é de graça"

Está aí uma diferença: o senso de humor.

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Na terça, dia 12, fui ao Bairro Alto. Muito parecido com a Lapa: restaurantes, bares, música... fui à Tasca do Chico para ouvir fado vadio. O mesmo senhor que serve às mesas e torra as linguiças no fogo é o que começa cantando. Depois, qualquer um pode cantar, acompanhado por violão e guitarra portuguesa. Comi uma morcela (chouriço, para nós) com pão e meia jarra de vinho da casa. sai de lá leve. No caminho passei por dois bares onde brasileiros tocavam música... brasileira.

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Se precisarem de um taxi em Lisboa, recomendo a Margarida: +351965713355. Simpática, atenciosa e profissional.

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Vou repetir: Sintra é linda

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Primeiro dia

Fiz compras no supermercado. As coisas nao são baratas aqui, muita coisa é mais cara que no Brasil. Por exemplo carnes, mas alguns legumes também são bem caros. Outros tem o mesmo valor.

Minha primeira refeição feita por mim, aqui em Grenoble: salada com alface, tomate, cenoura e cebola cruas, presunto defumado, queijo, maça. Acompanhado de pão e suco de maça. Até que estava bom.


Também já organizei o escritório. Vejam o detalhe da caneca.

O apartamento tem uma sacada minúscula, mas o visual é da Bastille (a montanha ao fundo).




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