Neste blog pretendo divulgar e discutir assuntos de meu ineteresse: escalada em rocha e em gelo, montanhismo, ecologia, livros ... além de assuntos com os quais trabalho profisisonalmente: método dos elementos finitos, méto dos elementos discretos, análise numérica e lógica fuzzy. Aqui você também pode encontrar textos e material de minhas aulas, alguma coisa sobre o melhor carro do mundo (Toyota Bandeirante) e citações. Ah!, e sobre música e o instrumento que toco (ou tento tocar): viola caipira.

Ou seja, tudo que eu gosto e faço Na ponta dos dedos.

Por que Projeto Peregrinus: em 2001 eu e mais cinco amigos escrevemos um projeto de patrocínio com esse nome, cujo objetivo era subir as mais altas montanhas de cada país sulamericano. O projeto não saiu do papel, mas a escolha do nome, bastante apropriada, foi feita por mim, após abrir aleatoriamente um dicionário Latim-Português. Essa foi a primeira palavra que li: peregrinus: aquele que viaja para outro país. A coincidência foi tão grande que me marcou muito. Como também pretendo falar de minhas viagens resolvi manter esse nome.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A Cordilheira Real, Bolívia

Resumo

A Cordilheira Real eleva-se ao norte e a este do Altiplano, começando no rio Sorata, a 2700 m de altura. Recebeu seu nome dos espanhóis da colônia, em 1570, impressionados por sua majestosidade e sua inacessibilidade.




Restante do conteúdo

Possui cerca de 800 Km de extensão formando uma linha de cumes, cerca de 600, alguns com mais de 6000 m de altura, e uma infinidade de paredes entrelaçadas por glaciares profundamente tortuosos. Esta cordilheira constitui a unidade geográfica mais importante da Bolívia, sendo em grande parte a fornecedora de águas para o altiplano e alimenta também o lago Titikaka, o rio Desaguadero e a todos os grandes lagos de altitude, tais como o Tuni-Condoriri, Zongo, etc.

Esta enorme cordilheira nasce onde comeca a pressão da Placa de Nazca, ou do Pacífico. Esta grande pressão produziu o deslocamento das diferentes camadas do solo, dando lugar assim à formação de picos elevados durante uma parte da era secundária e continuando durante a era terceária. A altura dos atuais picos era, naquela época, muito maior, alcançando 7000 metros para o Illampu e 7500 metros para o Hancohuma, sendo que os Andes chegaram a ter 12000 de altura durante a era terceária. Na atualidade, em razão da erosão, estas massas diminuiram consideravelmente, processo que teve lugar no curso do último milhão de anos.

Devido a localização dos Andes Bolivianos entre os paralelos 9 e 22, o clima corresponde al de zonas tropicais, sendo sua principal característica a brevidade da época de chuvas e, em conseqüência, o aumento de aridez de suas paisagens de norte a sul. Ao sul, durante os invernos secos, as variações da temperatura são extremas. Em Sud Lípez a temperatura pode descer a -30oC com ventos patagônicos e nas zonas quentes, os Chacos, pode subir a mais de 45oC à sombra. Estas temperaturas extremas características desta parte do mundo conformam paisagens diferentes também de um extremo a outro.

Na parte central dos Andes bolivianos, ao contrário, é diferente devido a seca extrema e, durante vários meses, o terreno está coberto por neve que em junho e julho transforma-se em gelo. El clima guarda importância por el hecho también de su elevación media y escasez de oxígeno, sendo que a pressão atmosférica, aos 6000 m de altitude, pode chegar a menos da metade daquela encontrada ao nível do mar.

Nos séculos XVIII e XIX, viajantes como Humboldt, Condamine e Whymper, diligentes nas descrições meticulosas da fauna e flora e sensíveis às condições humanas desta região, realizaram uma verdadeira investigação social. Charles Darwin, em ocasião de sua viagem em 1831, dá, poe sua parte, algumas descrições assombrosas da vida republicana da época, sem apoiar-se demasiado na importância das missões francesas na América do Sul. É inegável que muitos naturalistas, geógrafos e geólogos, como Alcides d’Orbigny, André Bresson, Crequi Montfort ou Jules Crevaux deixaram, a propósito do “tibet” boliviano, uma grande quantidade de informação sumamente importante, mesmo que a maior parte deles tenha tido uma visão reduzida da realidade andina. Mesmo assim os textos deixados pelos exploradores, ainda hoje, são importantes, capazes de gerar um movimento ecológico contra o avance de indústrias pesadas na região.

A flora selvagem se extende até uma altura considerável:2500 m, cerca de 70% do território boliviano. As zonas altiplanas impõem um clima seco no sul e húmido ao norte, criando contrastes igualmente bruscos. Devido a esta grande variação o Altiplano é considerado um sistema ecológico único no mundo. Nas regiões mais inóspitas, como a Altipampa (pampa de altitude), o clima é frio e pouco propício à vida vegetal ou animal, inclusive para o homem. Esta região, recoberta de pedras graníticas e vulcânicas segundo a região, tem sua terra vermelha verdadeiramente vestida de arbustos e ervas selvagens e as depressões são em geral mais húmidas apesar da constante seca.

O reino animal no altiplano é muito modesto. Distingue-se quatro importantes espécies neste região: a lhama, espécie muito comum, com sua população estimada em dois milhões de indivíduos; o guanaco, quase extinto; a vicunha e a alpaca, conhecidas pela qualidade da lã que fornecem. As lhamas, devido a sua grande população, é o animal mais importante para os camponeses, que dela dependem para enfrentar a dura vida no altiplano, obtendo dela carne, lã e transporte de carga. Há também outros animais como a viscacha, um roedor de altura, o puma, pouco encontrado atualmente, escorpiões e aves de rapina como o condor, hoje protegido.


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